Catarata: causas, sintomas e o tratamento cirúrgico

Quando falamos sobre doenças que afetam os olhos, a catarata sempre está presente na lista. Afinal, ela é uma das principais causas de cegueira reversível no mundo. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), ela é responsável por 51% dos casos de cegueira, o que equivale a cerca de 20 milhões de pessoas. Isso ocorre porque muitas vezes a doença não é tratada de forma adequada. No entanto, é possível reverter a perda da visão com um tratamento cirúrgico. 

É preciso estar atento aos sintomas e realizar os exames adequados. A expectativa de vida da população tem aumentado, o que consequentemente aumenta o número de pessoas com catarata. Contudo, ela também pode atingir pessoas mais jovens e até mesmo crianças.

Se você quer saber tudo sobre a doença, causas, sintomas, exames que devem ser realizados e como funciona o tratamento cirúrgico, é só continuar acompanhando a leitura!

O que é Catarata?

A Catarata é uma doença que afeta os olhos. De forma mais específica, ela afeta o cristalino, que é a lente natural do olho. Ela deixa a visão opaca, ou seja, as pessoas que possuem a doença enxergam com uma visão nublada, como se estivessem vendo através de uma janela embaçada. Mas afinal, como isso acontece?

O cristalino possui uma transparência e permite a passagem de luz até a retina, onde os nossos olhos conseguem formar as imagens. Com o passar do tempo e consequentemente dos anos de vida, ele vai deixando de ser transparente. Dessa forma, aos poucos ele se torna mais opaco e prejudica a entrada de luz nos olhos. É isso que irá causar uma visão borrada e mais embaçada.

No geral, a doença não se desenvolve com rapidez e não prejudica a visão em seu início. Contudo, não há dúvidas de que com o tempo ela irá interferir na visão. Se isso começar a afetar as atividades comuns do dia a dia, é necessário realizar o tratamento cirúrgico, que explicaremos mais à frente como funciona. Mas a princípio, não se preocupe. A cirurgia de catarata costuma ser segura, eficaz e não possui altos riscos.

Vale lembrar que o surgimento da catarata pode ser desenvolvido de forma precoce por meio de outros fatores, como doenças sistêmicas, uso de medicações, tabagismo, etc. Todas essas informações abordaremos mais à frente. Continue acompanhando!

Principais sinais e sintomas da Catarata

Os sinais e sintomas da Catarata podem ser diversos, dependendo do estágio que a doença se encontra. Os sintomas iniciais costumam ser mais leves, veja abaixo:

  • Dificuldades para enxergar em locais escuros, com pouca iluminação. Ex.: dirigir a noite, leitura, etc.;
  • Agravamento da miopia para aqueles que já possuíam a doença;
  • Necessidade de mudar o grau dos óculos constantemente;

Já quanto aos sintomas mais avançados da doença, é preciso estar atento aos sinais abaixo:

  • Visão nebulosa, embaçada ou turva (progressivamente);
  • Enxergar brilhos e halos;
  • Visão dupla em algum dos olhos ou fantasmas nas letras;
  • Sensibilidade à luz, mais do que o normal;
  • Diminuição da sensibilidade de contraste e cores; 
  • Pupila acinzentada (apenas em casos muito avançados).

A identificação dos sintomas é fundamental para que o oftalmologista identifique com mais facilidade o estágio da doença, além de indicar os exames mais adequados.

A importância de analisar os sintomas de Catarata nas crianças

Apesar da Catarata ser uma doença que costuma atingir os idosos, ela também pode afetar pessoas jovens e até mesmo crianças. Portanto, os pais devem ter atenção com os seus filhos, sempre observando o comportamento visual. Por exemplo, é necessário verificar se existe a presença de reflexos anormais, manchas nos olhos ou alguma outra alteração. Se existir algum sintoma, um oftalmologista deve ser procurado o mais rápido possível para que a criança seja avaliada e receba o tratamento adequado.

Lembre-se que a catarata é uma das principais causas de cegueira evitável na faixa etária pediátrica. Por isso, é preciso estar atento a todos os sinais:

  • Olhos desalinhados e que não se concentram em um mesmo ponto (estrabismo);
  • Reação intensa para proteger os olhos quando estiver sob luz solar intensa;
  • Não olhar diretamente para um ponto, ou não responder com o olhar para rostos ou objetos grandes e coloridos;
  • Se a criança está na fase de engatinhar e não consegue encontrar objetos pequenos, ela pode estar com catarata;
  • O olho está com movimentos errantes e repetitivos (nistagmo). Nesse caso, esse sintoma é de um estágio um pouco mais avançado da doença, pois o bebê precisa estar com vários meses e a cirurgia de remoção provavelmente não será 100% efetiva.

Quais são os tipos de Catarata?

Existem alguns tipos de Catarata. Conheça abaixo cada um deles e suas características:

1. Catarata relacionada à idade

Quando relacionada à idade do paciente, a Catarata é chamada de Catarata senil, pois ocorre devido ao envelhecimento da pessoa. É o tipo mais comum, pois surge com o envelhecimento do cristalino. Ela pode ser dividida em 3 tipos:

  • Catarata Nuclear: são formadas no centro da lente, onde fica o cristalino. Assim, ela deixa o olho turvo ou opaco. A cor do centro do olho pode ficar amarelada ou na cor castanha;
  • Catarata Cortical: é caracterizada por opacidades brancas em forma de cunha. Surge em volta das extremidades do núcleo e chegam ao centro como se fossem raios;
  • Catarata Subcapsular Posterior: se desenvolve de forma mais rápida e ocorre na parte posterior do cristalino, ou seja, a parte de trás da lente. Ocorre muito em pessoas com diabetes que precisam tomar doses altas de esteroides.

2. Catarata congênita

A Catarata congênita é aquela em que o bebê já nasce com ela ou quando a doença aparece no primeiro ano de vida. É um tipo de Catarata menos comum, ocorrendo em 1 a cada 5 mil nascimentos. Além disso, ela não costuma apresentar sintomas. Caso realmente esteja interferindo na visão do bebê, ela pode ser removida. Esse tipo pode ser desenvolvido por meio de problemas na gravidez, como infecções ou uso de drogas e álcool.

3. Catarata secundária

A Catarata secundária é causada pelo uso de alguns medicamentos ou por doenças. Por exemplo, o glaucoma e a diabetes são doenças que podem iniciar o desenvolvimento da Catarata. Quanto aos medicamentos, o uso de esteroides pode ocasionar a doença.

Após meses ou anos da cirurgia de catarata, em alguns casos mais raros, a cápsula posterior (parte preservada do cristalino) fica opaca, o que acaba deixando a visão embaçada novamente, caracterizando a catarata secundária. Esse tipo de Catarata pode ser tratado de maneira eficaz com uma cirurgia a laser.

4. Catarata traumática

Como já diz o nome, a Catarata traumática é provocada por lesões no olho, seja por acidentes com lesões físicas (como materiais perfurantes, socos, etc.) ou químicas. No entanto, elas podem levar anos após o evento para se desenvolver. Se não for tratada em tempo hábil, os riscos na visão podem ser altos. É muito comum ocorrer no meio rural, onde agricultores acabam prejudicando a sua visão sem ter a consciência disso, passando anos sem fazer o tratamento adequado.

5. Catarata de radiação

A Catarata de radiação pode ocorrer quando um paciente passa por algum tratamento que envolve radiação, como os casos em que é preciso tratar um câncer. Geralmente ocorre quando os pacientes são submetidos a radioterapia em regiões muito próximas dos olhos.

Causas

Durante este artigo, já abordamos algumas causas da Catarata. A principal causa de todas sem dúvidas é o envelhecimento, ocorrendo em pessoas com mais de 50 anos. No entanto, as causas podem ser diversas, além daquelas que são congênitas, como citamos aqui o exemplo. Além da idade avançada, veja abaixo uma lista com as principais causas da doença:

  • Passar por uma superexposição à radiação ultravioleta (UV), como a luz solar, cabines de bronzeamento, etc.;
  • Descontrole da diabetes, principalmente quando os níveis de açúcar no sangue estão muito altos e acima do adequado;
  • Ter outras doenças no interior dos olhos, como descolamento da retina e glaucoma;
  • Ter nascido com catarata;
  • Fazer muitos raios-x perto da área dos olhos e do rosto;
  • Tendência familiar para Catarata;
  • Usar medicamentos com esteroides de forma prolongada;
  • Vitrectomia em pessoas com mais de 50 anos;
  • Ter tido lesões ou inflamações no olho.

Os fatores de risco

As causas citadas no último tópico já dizem um pouco sobre alguns riscos que podem gerar a Catarata. Contudo, existem alguns fatores que nem sempre causam a doença, mas que aumentam os riscos do desenvolvimento da Catarata. Veja abaixo quais são:

  1. Idade avançada;
  2. Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
  3. Exposição excessiva à luz solar;
  4. Histórico familiar de Catarata;
  5. Diabetes;
  6. Exposição excessiva à radiação ionizante. É aquela utilizada em raios X e radioterapia para tratamento de câncer;
  7. Obesidade;
  8. Tabagismo;
  9. Alto grau de miopia.
  10. Uso prolongado de medicamentos corticosteroides;
  11. Já ter feito alguma cirurgia ocular;
  12. Pressão arterial elevada;
  13. Ter lesões ou inflamações oculares.

Como diagnosticar a Catarata?

Antes de tudo, é crucial ir até um oftalmologista o mais rápido possível ao sentir algum dos sintomas que já foram citados aqui. Assim, ele indicará os exames mais adequados, além de poder realizar uma avaliação mais completa. Nosso blog lhe oferece muitas dicas, mas lembre-se sempre de buscar profissionais e clínicas de oftalmologia qualificadas.

Ao realizar uma consulta e o especialista realmente considerar que você pode estar com Catarata, ele deve solicitar alguns exames ou realizá-los na própria consulta. Veja abaixo quais são eles:

Teste de Acuidade Visual

Teste que o oftalmologista realiza no próprio consultório. É um procedimento simples e que dura em torno de 15 minutos. Ele testa a nitidez com que uma pessoa consegue enxergar, analisando se ela pode distinguir formas, cores e contornos. O especialista pede que o paciente leia algumas letras ou símbolos de tamanhos diversos, a uma distância de cerca de 6 metros. Quanto mais positivo for a capacidade de leitura, melhor será a capacidade de enxergar do indivíduo.

Oftalmoscopia

A oftalmoscopia, ou fundoscopia (também conhecido como exame de fundo de olho), é um exame mais detalhado. Ele permite que o oftalmologista tenha uma visualização mais detalhada das estruturas do fundo de olho, como globo ocular, nervo óptico, retina, etc. Essa análise será importante para diagnosticar a Catarata.

Exame de lâmpada de fenda

O exame de lâmpada de fenda (ou biomicroscopia) é outro procedimento que analisa a saúde ocular e permite a obtenção de um diagnóstico do paciente. Devido ao equipamento utilizado, o oftalmologista consegue enxergar todas as estruturas do olho (córnea, retina, cristalino, nervo óptico, etc.). É um exame simples, rápido e indolor, sendo realizado dentro da própria consulta.

Tonometria

A tonometria permite que o oftalmologista mensure qual a pressão intraocular do paciente (pressão interna do globo). É um exame de contato fundamental para as consultas de rotina. Ele auxilia o médico a identificar se o paciente está com outra doença com sintomas semelhantes ao da catarata. Isso porque se a pressão estiver muito alta, os sintomas serão semelhantes.

Ultrassonografia ocular

Como já diz o nome, a ultrassonografia ocular é um exame capaz de avaliar as estruturas internas do olho. Além de diagnosticar a Catarata, ele também auxilia na descoberta de várias outras doenças oculares. De forma resumida, o médico utiliza uma sonda e vai movimentando ela pelos olhos até colher todas as informações necessárias.

Mapeamento de retina

O mapeamento de retina investiga a parte do olho responsável por formar as imagens, permitindo que o oftalmologista analise a região central e periférica da retina, os vasos sanguíneos, o nervo óptico e o vítreo. O procedimento é feito com a aplicação de um colírio que irá fazer a dilatação. Assim, o especialista pode enxergar se existem lesões. Por isso, o tamanho, posicionamento e coloração são fatores essencialmente analisados.

Lembre-se que o exame mais adequado será indicado pelo seu oftalmologista. Além disso, eles são importantes para identificar outras doenças oculares. Por isso, você deve fazer consultas de rotinas e um check up anual para verificar se está tudo em ordem, além de sempre ficar atento aos sintomas.

Como prevenir a Catarata?

Existem diversos estudos que analisam se a Catarata pode ser realmente evitada ou não. Muitos desses estudos apontam que alguns nutrientes e suplementos nutricionais podem diminuir o risco da doença.

Além disso, estudos também mostram que a ingestão de vitamina E, os carotenoides luteína e zeaxantina dos alimentos e suplementos também podem reduzir significativamente os riscos do desenvolvimento da Catarata.

Alguns exemplos alimentares de Vitamina E são: sementes de girassol, amêndoas e espinafre. Já fontes de luteína e zaexantina são: espinafre, couve, e outros vegetais de folhas verdes.

Existem também estudos que mostram que as vitaminas antioxidantes (ex.: vitamina C) e os alimentos que contém ômega-3 podem reduzir o risco.

Além dessas indicações, existem outras práticas básicas que auxiliam na prevenção da doença:

  • Utilizar óculos de sol para o bloqueio 100% dos raios UV ao ar livre;
  • Não fumar;
  • Reduzir o consumo de álcool;
  • Se você for diabético, procure manter os níveis de glicose sempre controlados.

O tratamento cirúrgico

O único tratamento eficaz para conseguir tratar os danos causados pela Catarata, como a perda da visão, é a cirurgia de Catarata. Como abordamos no início deste artigo, é um procedimento simples e não possui riscos altos para o paciente. Ela irá remover a lente turva do olho e fazer a substituição ou por uma lente artificial intraocular ou sem uma LIO. Nesse segundo caso, é necessário depois o uso de óculos ou de lentes de contato.

Quando devo fazer a cirurgia de catarata?

Atualmente, não é preciso esperar a progressão da doença para conseguir operar. Dependendo dos sintomas e diagnóstico, o oftalmologista já pode indicar a cirurgia. Isso porque se a doença progredir demais, pode causar danos permanentes que irão afetar a qualidade de vida da pessoa.

Portanto, a cirurgia é indicada para aqueles que estão com muita dificuldade para realizar tarefas diárias. Mas, existem pessoas que não querem fazer a cirurgia e  conseguem lidar bem com o uso de óculos e outros auxílios visuais.

Além da dificuldade em tarefas, a cirurgia é indicada quando o médico percebe por meio dos exames que o nível de agravamento da doença pode comprometer o sucesso do procedimento. Lembre-se que quanto maior a demora, mais a catarata irá ficar densa. Isso pode dificultar o processo e aumentar o risco de complicações. 

Existem medicamentos para tratar a Catarata?

Como já dito anteriormente, a cirurgia é o único tratamento eficaz. No entanto, existem alguns adultos e crianças que já possuem a doença e utilizam colírios que dilatam a pupila. Assim, uma quantidade maior de luz irá entrar no olho, auxiliando na visão. Porém, essa é uma solução temporária, ajudando mais na prevenção da perda de visão em crianças muitos jovens que possuem a doença e estão na espera para realizar a cirurgia. 

Gostou deste artigo e esclareceu todas as suas dúvidas sobre a Catarata, os sintomas, prevenção e tratamento adequado? Se você está em busca de uma clínica oftalmológica, a Americas Oftalmocenter realiza todo o tratamento da Catarata e possui profissionais qualificados para realizar as consultas, exames e tratamento cirúrgico. Entre em contato conosco e agende a sua consulta!

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