O processo de envelhecimento provoca mudanças no organismo, tornando-o mais suscetível ao desenvolvimento de doenças. É comum, por exemplo, pessoas idosas sofrendo de ligeira perda auditiva, diabetes, hipertensão arterial e outras condições. Você sabia que a saúde dos olhos também sofre esse impacto? Hoje, vamos mostrar quais são as doenças oculares mais comuns em idosos, como preveni-las e tratá-las. Confira!
Você já parou para pensar que, assim como o restante do organismo, os nossos olhos também envelhecem?
As estruturas oculares passam por mudanças com o passar dos anos, como por exemplo: o enrijecimento do cristalino, aumento da sensibilidade da retina, “amarelamento” do cristalino (que pode afetar a percepção das cores), lentidão na reação da pupila a estímulos luminosos, entre outros.
Além disso, também existem doenças que, embora não estejam diretamente relacionadas à visão, quando não tratadas, impactam nela. É o caso do diabetes e da Doença de Alzheimer, por exemplo. Ambas com risco aumentado associado ao envelhecimento.
O resultado desse cenário é uma prevalência significativa das doenças oculares em pessoas idosas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a catarata é a causa de mais de 50% dos casos de cegueira pelo mundo. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 mostrou que quase 35% dos brasileiros com mais de 60 anos tinham diagnóstico dessa doença.
Como mencionado, além das doenças intrínsecas à saúde ocular, também existem outros diagnósticos cuja prevalência aumenta com o avanço da idade e que afetam a visão. Confira abaixo as principais doenças relacionadas à idade que afetam a visão:
A região dos olhos é intensamente vascularizada. Portanto, doenças que comprometam a circulação sanguínea de alguma forma podem ter consequências sobre a saúde ocular. A hipertensão, por exemplo, é capaz de procurar lesões nas veias e artérias que irrigam os olhos, especialmente a retina. Isso pode baixar a acuidade visual ou até levar à cegueira;
– AVC: um estudo da Universidade de Liverpool mostrou que mais de 60% das pessoas que sobrevivem a um AVC agudo desenvolvem doenças da visão central ou periférica. E se acometer a região do cérebro correspondente a esse sentido, pode haver cegueira total;
Apesar de ser uma doença respiratória, a pneumonia pode inflamar a retina e outros componentes do olho;
O excesso de glicose no sangue provoca alterações inflamatórias e cardiovasculares, que afetam diretamente a retina, levando a uma condição conhecida como retinopatia diabética. Caso não seja diagnosticada e tratada precocemente, pode ocasionar cegueira total;
Essa é uma das principais demências que acometem os idosos. Por atingir o cérebro, o Alzheimer pode influenciar na forma como ele interpreta as informações visuais capturadas e enviadas pelos olhos. Isso reduz a visão periférica, a capacidade de diferenciar as cores, a percepção de profundidade, além de prejudicar o reconhecimento de objetos e pessoas.
Obviamente, além das doenças citadas acima, que comprometem a visão, existem ainda as doenças essencialmente oculares que atingem os idosos de forma mais predominante em comparação a outros grupos. Saiba mais sobre elas.
O cristalino é a lente natural dos nossos olhos, uma estrutura localizada atrás da pupila. A catarata é uma doença que se caracteriza pela opacificação do cristalino. Conforme ela avança, portanto, o cristalino vai perdendo a sua transparência e se tornando mais opaco, o que compromete diretamente a visão, diminuindo a nitidez. Normalmente, a doença progride lentamente e acomete primeiro um olho, depois o outro.
E a catarata senil é o tipo mais comum da doença. Nela, a opacidade do cristalino é provocada pelo envelhecimento dessa estrutura ou por alterações metabólicas relacionadas ao diabetes não controlado, uso contínuo de determinados medicamentos, tabagismo e outros.
Para prevenir a doença, é importante usar óculos e chapéus para proteger os olhos da radiação solar ao longo da vida, além de adotar uma alimentação equilibrada. A catarata senil pode ser tratada com a cirurgia que substitui o cristalino por uma lente intraocular.
O glaucoma é uma doença provocada pelo aumento da pressão intraocular, que lesiona o nervo óptico e prejudica a visão. O tipo mais comum é o glaucoma crônico simples, que incide principalmente em pacientes a partir dos 40 anos de idade. Inicialmente, a doença é assintomática. Conforme avança, prejudica a visão periférica e pouco a pouco vai abrangendo a visão central.
Quanto antes o tratamento começa, melhores são seus resultados. Nas fases iniciais, ele é essencialmente clínico, com o uso de colírios específicos. É essencial consultar o oftalmologista pelo menos uma vez ao ano para diagnosticar precocemente o glaucoma, já que ele permanece sem sintomas por um bom tempo.
Com o passar da idade, o vítreo – um material gelatinoso que preenche a região intraocular – muda a sua consistência, tornando-se mais fluido. Esse é um dos fatores que causam o descolamento da retina.
O descolamento de retina ocorre quando a retina se separa da parede ocular. A consequência disso é que ela para de receber nutrientes, causando a degeneração das suas células.
Entre os sintomas, estão a visão turva, percepção de “insetos” voando a frente dos olhos, uma sombra sobre a visão central ou periférica… o tratamento vai depender de cada caso, mas ele precisa ser iniciado rapidamente. Ele costuma ser feito com laser ou cirurgia.
A DMRI acomete pessoas acima dos 60 anos e é uma das principais causas da perda de visão central em pessoas idosas.
A mácula é uma região da retina responsável pela visão central e pela percepção de detalhes visuais. A DMRI é a lesão progressiva da mácula, levando à perda da visão central.
Além do próprio envelhecimento, existem outros fatores de risco: exposição à radiação solar sem proteção, histórico familiar, obesidade e tabagismo.
No início, a DMRI não apresenta sintomas, mas começa a causar o embaçamento da visão central. Isso se percebe principalmente em atividades que exigem uma visão mais focada, como leitura, por exemplo.
O tratamento pode incluir a observação do caso, cirurgia a laser, cirurgia fotodinâmica, suplementação com vitaminas e minerais. Inclusive, uma pessoa já diagnosticada pode manter a sua visão por mais tempo se adotar hábitos saudáveis e uma alimentação equilibrada.
As retinopatias são alterações na retina. Tanto o diabetes quanto a hipertensão arterial podem causar lesões na retina, porque comprometem a circulação sanguínea e a vascularização dessa região.
No caso da retinopatia diabética, a hiperglicemia prejudica os vasos sanguíneos que irrigam a retina. Na retinopatia hipertensiva, o fluxo de sangue é prejudicado pelo aumento desses vasos causado pela elevação da pressão arterial.
Portanto, para prevenir a doença, é essencial manter o índice glicêmico e a pressão arterial dentro dos níveis considerados adequados.
O tratamento das retinopatias, além do controle das suas causas, também pode incluir intervenções a laser.
Essa é mais uma doença que acomete a mácula, formando realmente um buraco nessa estrutura. Esse orifício vai crescendo com o passar do tempo, prejudicando cada vez mais a visão central.
A doença está relacionada ao envelhecimento porque com a diminuição da espessura do vítreo, a força de tração intraocular também é reduzida, favorecendo a ocorrência do buraco macular.
O principal sintoma é a perda da visão central, porém, atenção: quando o buraco de mácula ocorre em um dos olhos, o outro pode “compensar” a falta de acuidade visual, dificultando a identificação desse indício.
Em geral, o tratamento recomendado é a cirurgia de vitrectomia.
A presbiopia é popularmente conhecida como “vista cansada”. Ela atinge pessoas a partir dos 40 anos de idade e se manifesta como a perca do foco ao visualizar objetos que estão próximos. Assim, para enxergar melhor, a pessoa coloca esse objeto mais distante.
A doença é uma consequência da perda da elasticidade do cristalino, o que dificulta a habilidade de focar objetos. Logo, como esse é um processo inerente ao envelhecimento, o mais provável é que todas as pessoas sofram de presbiopia em algum momento.
Os sintomas incluem: a necessidade de afastar objetos para melhor visualizá-los, fadiga ocular, manchas ao tentar focar de perto, dor ao redor dos olhos, vermelhidão e lacrimejamento, dores de cabeça, dificuldade para enxergar letras miúdas…
É possível retardar essa doença por meio de alguns hábitos: investir em monitores antirreflexo e com boa resolução, ler em ambientes bem iluminados, fazer pausas em meio a longos períodos em frente ao computador.
O tratamento é feito mediante uso de óculos de grau, lentes de contato ou cirurgia refrativa a laser.
Essa síndrome se caracteriza pela redução na quantidade ou qualidade da lágrima, responsável pela lubrificação intraocular. Por consequência, há um ressecamento da superfície do olho, proporcionando diversos desconfortos: coceira, ardência, vermelhidão, sensação de “areia” dentro dos olhos, fotofobia.
O envelhecimento diminui a função das glândulas lacrimais, que têm justamente a função de produzir a lágrima. E isso pode ser potencializado por determinadas doenças, como o lúpus e a artrite reumatoide.
Para tratar a síndrome do olho seco, reduzindo os sintomas provocados, utilizam-se colírios lubrificantes.
No ectrópio, a pálpebra da pessoa se dobra para fora, impedindo que a sua borda fique em contato com o globo ocular. Essa é uma consequência do relaxamento dos tecidos que ficam ao redor dos olhos, algo natural do envelhecimento. A doença causa irritação nos olhos, além de vermelhidão e lacrimejamento.
Para o tratamento, normalmente são usados colírios lubrificantes. Dependendo do caso, também é possível fazer cirurgia para corrigir o posicionamento da pálpebra.
A ptose palpebral é o que se conhece como “pálpebra caída”. Ela também é consequente do envelhecimento, quando os nervos da região vão perdendo as forças para manter as pálpebras erguidas.
A doença compromete a visão pelo seu bloqueio e pode ser corrigida mediante cirurgia.
São lesões nodulares que se formam nas estruturas dos olhos. O mais comum é o melanoma de coróide, que atinge predominantemente os idosos de pele clara, contudo incide também de forma igual em homens e mulheres entre 45 e 60 anos de idade.
Mas existem outros tipos, como o carcinoma, melanoma de conjuntiva…
Os sintomas dependem de cada tipo do tumor, mas podem causar vermelhidão, comprometimento da visão, dor e outros. E as possibilidades de tratamento incluem cirurgia, radiação, quimioterapia e até a retirada do olho nas situações mais graves.
A oclusão vascular da retina ocorre quando um ou mais vasos sanguíneos que irrigam essa região são obstruídos. Consequentemente, há um prejuízo no transporte de oxigênio e nutrientes. É uma condição mais frequente em pessoas acima dos 65 anos e costuma ser causada pela aterosclerose, que “endurece” as artérias.
Infelizmente, esse bloqueio não pode ser revertido, mas o tratamento pode retardar a progressão da perda da visão.
Embora o próprio envelhecimento em si aumente as chances de desenvolvimento dessas doenças oculares, existem alguns fatores de risco que tornam o idoso ainda mais propenso:
Diante de tudo o que foi exposto, algumas orientações podem ser úteis na prevenção de doenças oculares:
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