Glaucoma: O que é e quais os principais sitomas da doença.

O glaucoma é uma doença ocular que atinge mais de 60 milhões de pessoas no mundo e no Brasil. Mais de 1 milhão de brasileiros têm a doença, segundo dados da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG)

Se não tratada a tempo, pode levar à cegueira, em virtude da degradação do nervo óptico. E esse é o grande desafio, pois a doença é assintomática no estágio inicial, se tornando visível apenas em sua fase avançada. Ou seja, só quando metade das células ganglionares estão atrofiadas. 

Existe também o glaucoma congênito, que é muito raro e ocorre quando a criança já nasce com a doença (herdada da mãe).

A seguir, falaremos mais sobre o glaucoma, seus sintomas, tipos e suas formas de tratamento. Continue acompanhando a leitura! 

O que é Glaucoma?

O glaucoma é uma doença ocular grave que se caracteriza pelo aumento da pressão intraocular, que se não tratada, acaba destruindo as células ganglionares (nervo óptico). Essas células são responsáveis por ligarem o olho ao cérebro occipital, levando as imagens da retina até o cérebro.

Essa degradação do nervo óptico acontece devido ao aumento da pressão intraocular. No entanto, pode haver pessoas com a pressão ocular normal e que mesmo assim são diagnosticadas com glaucoma.

A pressão intraocular se caracteriza pela produção e o escoamento do líquido da câmara anterior do olho (entre a córnea) que reveste o olho, e a íris. Esse líquido é o humor aquoso responsável por regular a pressão intraocular. Se ele aumenta, a pressão ocular também aumenta. 

Infelizmente, o glaucoma não tem cura, mas o seu diagnóstico precoce permite um melhor controle da doença, oferecendo mais qualidade de vida ao paciente. 

Por isso, é extremamente importante que as pessoas dêem muito valor à saúde ocular, visitando regularmente o oftalmologista. 

Continue a leitura para saber mais sobre essa doença, tipos, quais são os seus fatores de risco e como deve ser feita a prevenção.

Tipos de Glaucoma

Existem 6 tipos diferentes de glaucoma. Citaremos eles a seguir: 

1. Glaucoma Primário de Ângulo Aberto 

O glaucoma primário ou glaucoma simples crônico é considerado o tipo mais comum da doença. Ele aparece na fase adulta e é bilateral, pois atinge os dois olhos ao mesmo tempo. 

Por ser uma doença assintomática, as pessoas só conseguem perceber quando a doença já está em um estágio mais avançado e o nervo óptico já está lesionado. A perda da visão começa nos extremos e estende-se por todo o campo visual. 

Esse tipo de glaucoma afeta mais as pessoas da raça negra, acima de 65 anos, com miopia e que possuem a córnea fina. 

Se forem feitas consultas oftalmológicas frequentes pode-se ter um diagnóstico precoce.

2. Glaucoma Primário de Ângulo Fechado 

O glaucoma primário de ângulo fechado pode afetar uma pessoa de surpresa. Por exemplo, quando ela estiver vendo televisão e sentir uma forte dor ocular devido ao aumento da pressão ocular. 

Nesses casos, é recomendado ir imediatamente ao médico, pois esse tipo de glaucoma pode levar à cegueira se não tratado com agilidade e eficiência. 

A cegueira acontece quando há a atrofia das fibras do nervo óptico.

Quando o glaucoma começa a se desenvolver, a pessoa já começa a perder gradativamente a sua capacidade de campo visual. Ou seja, o paciente ainda consegue enxergar direito imagens que se apresentam na sua frente. A partir desse momento, se o tratamento não for levado a sério, a sua visão ficará cada vez mais comprometida até resultar na cegueira.

Por isso, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia realiza campanhas para chamar atenção da população para os exames preventivos e os tratamentos necessários que evitam a evolução da doença.  

3. Glaucoma secundário

O glaucoma secundário está associado a algum problema do organismo ou outras doenças oculares já existentes e não tratadas, como: infecções, inflamações, uso de corticoides, tumores, catarata ou traumas.

4. Glaucoma de ângulo fechado (GAF) 

Esse glaucoma atinge mais pessoas orientais e com hipermetropia. A doença, também conhecida como glaucoma de ângulo estreito, se caracteriza quando o ângulo entre a íris e a córnea é mais estreito do que o normal. Isso prejudica a drenagem do líquido intraocular, causando aumento da pressão dentro do olho.

5. Glaucoma de ângulo aberto (GAA) 

É a forma mais comum e está associada a histórico familiar de glaucoma, pressão intraocular alta e ângulo aberto.

6. Glaucoma congênito

Considerado um tipo raro da doença, o glaucoma congênito é aquele que afeta os recém-nascidos e os bebês. A doença deixa os olhos com nebulosidade e bastante lacrimação. Essa doença costuma ser diagnosticada logo no primeiro ano de vida da criança. 

Esse tipo de glaucoma é hereditário e acontece quando há falha no  desenvolvimento do sistema de drenagem do olho do bebê antes mesmo dele nascer.

Isso resulta em um aumento da pressão intraocular que prejudica o nervo óptico. Os sintomas de bebês com glaucoma congênito incluem olhos com a pupila dilatada, lacrimejamento excessivo, opacidade da córnea e muita fotossensibilidade.

Quais são os principais sintomas? 

Os sintomas do glaucoma só costumam começar a aparecer quando a doença já está em estágio avançado. Ou seja, inicialmente é bem difícil saber se a pessoa está realmente com a doença. Os principais sintomas são: 

  • Dores grave e súbita em apenas um dos olhos;
  • Redução da visão ou visão embaçada;
  • Sensação de náusea e vômito;
  • Olhos avermelhados e inchados;

Glaucoma congênito

  • Nebulosidade na parte frontal do olho;
  • Aumento de um olho ou de ambos os olhos;
  • Olhos vermelhos;
  • Sensibilidade à luz;
  • Lacrimação.

Quais as causas do glaucoma?

O glaucoma pode ter diferentes causas, que dependem da condição de saúde do paciente e de outros fatores. O estilo de vida de cada  pessoa também influencia (e muito) no controle da pressão ocular. Beber café em excesso, ter uma vida sedentária, entre outros comportamentos, podem alterar a pressão do olho. Outro fator importante que pode prejudicar a visão das pessoas é a automedicação. 

Os olhos são bastante sensíveis. Por isso, os colírios, pomadas e outros medicamentos só devem ser usados com prescrição médica. Com o uso desses medicamentos de forma contínua, eles podem acabar por mascarar o verdadeiro problema ocular e prejudicar o tratamento correto, além de prejudicar a visão devido a seus efeitos colaterais. 

Fatores de risco 

Existem fatores que podem contribuir para o desenvolvimento do glaucoma. Confira abaixo:  

  • Pessoas com pressão intraocular elevada;
  • Pessoas com idade superior a 60 anos;
  • Pessoas da raça negra, principalmente acima de 40 anos de idade; 
  • Histórico familiar da doença;
  • Doenças oculares, como alguns tumores, descolamento de retina e inflamações, aumentam o risco da pessoa adquirir glaucoma;
  • Uso contínuo de medicamentos à base de corticosteróides;
  • Comorbidades como diabetes, problemas cardíacos, hipertensão e hipertireoidismo

Diagnóstico 

O diagnóstico só poderá ser fornecido por um clínico geral ou um oftalmologista. O médico irá examinar o interior dos olhos do paciente, a fim de analisar a integridade do nervo óptico. O primeiro exame é a tonometria para analisar a pressão ocular. Mas, como essa pressão varia, o médico deve solicitar outros exames. 

Outro exame importante é a oftalmoscopia. Nesse exame, o médico irá aplicar um colírio específico para dilatar a pupila do paciente. Depois com uma lanterna, o médico ilumina o interior da vista do paciente para analisar o seu nervo óptico. Se tiver alterações, pode ser um forte indício de glaucoma.

É um exame indolor e rápido. Assim como os outros, ele é muito importante para o diagnóstico de doenças oculares.

Conheça outros  exames essenciais para diagnosticar o glaucoma:

  • Acuidade visual;
  • Avaliação do nervo óptico;
  • Campimetria;
  • Exame com lâmpada de fenda;
  • Gonioscopia;
  • Imagens do nervo óptico;
  • Resposta do reflexo da pupila.

Como funciona o tratamento de glaucoma?

O tratamento ajuda a reduzir a pressão ocular e poderá ser feito através de cirurgia ou medicamentos. 

Alguns médicos conseguem controlar a doença através de cirurgia. Se por acaso o paciente tiver a doença por causa genética ou de etnia, muitas vezes o médico irá prescrever colírios e medicamentos específicos de uso tópico. 

Cada caso precisa ser avaliado pelo médico de acordo com o tipo de glaucoma e seu estágio. Com isso, o tratamento é realizado de acordo com a saúde do indivíduo.  

A seguir separamos os tipos de tratamento indicado para cada caso de glaucoma: 

Glaucoma de ângulo aberto

Nesse tipo de glaucoma, a maioria dos pacientes consegue ter uma boa recuperação à base de colírios que proporcionam efeito colateral reduzido. 

Outros podem ser tratados com pílulas para baixar a pressão ocular. Há ainda pacientes que podem precisar de outras formas de tratamento, como a cirurgia a laser (que também é indolor), ou a cirurgia tradicional.

Glaucoma de ângulo fechado

Além de fazer uso de colírios, pílulas e medicamentos intravenosos para baixar a pressão, esse paciente precisa fazer uma operação de emergência chamada de  iridotomia. É uma cirurgia com laser para abrir um novo canal na íris, que alivia a pressão e previne uma nova crise.

Glaucoma congênito

Essa forma de glaucoma é tratada sempre com cirurgia e o paciente precisa estar completamente anestesiado.

Glaucoma secundário

O tratamento é feito à base de colírios que ajudam a  diminuir  a pressão intraocular. Outros casos podem ser tratados com laser e até mesmo com cirurgia em casos mais graves. 

Prevenção

Uma vez que se tem o glaucoma de ângulo aberto, pode-se fazer um tratamento para evitar a cegueira. Caso você não tenha a doença, mas está no grupo de risco, como diabetes por exemplo, procure fazer exames preventivos e levar uma vida saudável. 

Uma das principais formas de evitar que a doença se desenvolva é a conscientização do paciente. Este precisará ter responsabilidade e aderir ao tratamento de forma correta. Ou seja, usar sempre o colírio de acordo com a recomendação médica e ir frequentemente ao oftalmologista. 

A seguir listamos algumas dicas úteis para se prevenir do glaucoma:   

  • Faça consultas frequentes ao oftalmologista e realize todos os exames solicitados;  
  • A partir dos 40 anos de idade, faça exames oftalmológicos a cada quatro anos;
  • A partir dos 65 anos, faça exames a cada dois anos; 
  • Conheça o histórico de saúde ocular familiar, a fim de saber as doenças comuns na família e se prevenir; 
  • Pratique exercícios físicos. Pode ser uma simples caminhada. Exercícios moderados e regulares reduzem a pressão ocular. Veja com o seu médico qual o exercício adequado; 
  • Use os colírios prescritos regularmente para reduzir a pressão ocular; 
  • Use proteção para os olhos para evitar lesões oculares graves;
  • Use proteção para os olhos ao usar ferramentas elétricas ou para praticar determinados esportes;
  • Pratique meditação. Estudos demonstram que a prática meditativa, ao diminuir o estresse, pode ajudar o paciente a reduzir a pressão ocular de forma significativa, e dessa forma melhorar a sua qualidade de vida. 

Quando procurar ajuda médica?

A recomendação da SBO é que, a partir dos 40 anos, as pessoas procurem o oftalmologista anualmente a fim de conseguirem um diagnóstico precoce.  Qualquer pessoa pode ter glaucoma, apesar de ser uma doença mais comum em pessoas negras ou asiáticas, em pessoas com casos na família, pacientes com alta miopia, usuários que precisem usar colírios com corticóides e pessoas diabéticas.

O paciente deve solicitar ao médico os primeiros exames essenciais para o diagnóstico do glaucoma, como o exame de fundo de olho e a medição da pressão (este último pode ser feito em qualquer idade). 

Já a orientação da AAO (Academia Americana de Oftalmologia) é que os pacientes que fazem parte do grupo de risco devem fazer os exames de forma individualizada, considerando a sua idade, os fatores de risco, raça e histórico familiar.

A conscientização das pessoas com glaucoma é a chave para o sucesso do tratamento. Quando elas tiverem consciência de que se a doença não for cuidada, pode levar à cegueira, elas manterão o acompanhamento médico por toda a vida.  

As terapias disponíveis não melhoram a visão nem reparam as perdas já existentes no nervo óptico, pois como já dito aqui, não há cura para a doença. Mas, o tratamento permite oferecer uma vida de qualidade ao paciente. 

Se você quer cuidar da saúde dos seus olhos, se prevenir do glaucoma ou realizar o tratamento adequado, entre em contato com a Americas OftalmoCenter e agende a sua consulta!

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