O retinoblastoma é um tipo de câncer bastante raro que afeta a região ocular. De acordo com o Ministério da Saúde, é o tipo de tumor intraocular mais frequente em crianças, mas representa apenas 3% dos casos de câncer infantil. A doença costuma atingir principalmente crianças na faixa etária de 2 a 5 anos de idade e tem causas genéticas.
Neste artigo, vamos abordar o que é o retinoblastoma, quais os principais sinais e sintomas, como é feito o tratamento, além de esclarecer se o tumor tem cura.
Boa leitura!
O retinoblastoma é um tipo de câncer infantil e foi o primeiro câncer da história a ser identificado como uma doença genética. Assim, se trata de um tumor maligno localizado na região da retina, que provoca uma série de sintomas nas crianças afetadas e a doença pode levar à cegueira. Embora seja mais comum em apenas um dos olhos, pode atingir ambos os olhos da criança.
O retinoblastoma é um tumor intraocular mais comum em crianças pequenas, na faixa etária de dois e cinco anos, mas pode afetar bebês logo após o nascimento e crianças mais velhas. Entretanto, cerca de 95% dos casos são descobertos antes dos 5 anos de idade.
Além do olho, quando não tratado, o tumor pode evoluir e atingir outros tecidos. Por isso, é importante que os pais estejam sempre atentos ao olho da criança, buscando qualquer anomalia que possa indicar um sinal do tumor, especialmente nessas idades. Quando o diagnóstico é precoce, a doença apresenta boas chances de cura.
A medicina brasileira contribuiu muito para os avanços no tratamento do retinoblastoma. Afinal, o oftalmologista carioca Hilário de Gouveia foi quem descreveu pela primeira vez um caso de retinoblastoma hereditário, em 1872. Esse também foi o primeiro caso documentado de tumor com causas hereditárias. Dessa forma, o médico comprovou que a história familiar pode estar relacionada ao surgimento de tumores.
Na época, Gouveia atendeu um menino com retinoblastoma e como tratamento, removeu seu olho afetado. Porém, anos mais tarde, o paciente retornou ao consultório com suas duas filhas. As duas apresentavam a doença nos dois olhos e acabaram falecendo. O final trágico foi devido à falta de conhecimento do período, mas Gouveia fez uma das descobertas mais interessantes da história: o câncer pode ter origem genética.
Ainda hoje, Gouveia é o único brasileiro na lista das dez descobertas mais relevantes sobre o câncer de todos os tempos, do National Cancer Institute. Hoje, com os avanços da medicina e da oftalmologia, os casos de óbito e de remoção do globo ocular são mais raros, como veremos no decorrer desse texto.
O retinoblastoma é um tumor na retina que é classificado em três tipos. Veja quais são os tipos de retinoblastoma, causas e como ocorrem:
Recentemente, o retinoblastoma recebeu atenção da mídia, já que Lua, a filha de Tiago Leifert, foi diagnosticada com o tumor. Em 2022, Lua completa 1 ano de tratamento contra a doença e apresenta um quadro estável. Atualmente, Tiago Leifert e sua esposa Daiana Garbin protagonizam uma campanha de conscientização contra a doença: de olho nos olhinhos.
O objetivo da campanha é o diagnóstico precoce, já que quanto antes o tumor é descoberto, maiores são as chances de tratamento e cura.
Essa doença infantil pode ter duas causas. Assim como outros tipos de tumor, a formação acontece devido a uma célula que sofre mutação e passa a se multiplicar de maneira descontrolada. No caso do retinoblastoma, há mutações nas células da retina, ou seja, o tumor maligno acontece nessa região. A ciência ainda estuda quais as causas para esse tipo de multiplicação desordenada.
Porém, o retinoblastoma também possui fatores genéticos. Assim, o portador herda uma mutação no gene Rb1, responsável pelo surgimento do tumor. Dessa forma, as crianças que tiveram a doença apresentam 50% de chances de transmitirem aos seus herdeiros.
Os sinais e sintomas do retinoblastoma se manifestam (somente) nos olhos das crianças. É importante que os pais observem se há algo anormal no olho da criança, pois ajuda fazer o diagnóstico precoce da doença.
Veja quais são eles:
Qualquer alteração no globo ocular das crianças é motivo para visitar um oftalmologista. Por mais que as alterações não indiquem necessariamente o retinoblastoma, podem indicar uma série de doenças ou infecções nos olhos dos pequenos.
Além das causas genéticas, estudos publicados pela American Cancer Society em 2018 trazem outros fatores de risco para o desenvolvimento do retinoblastoma nas crianças. São eles:
Há uma série de exames utilizados pelos especialistas para confirmar o diagnóstico do retinoblastoma ou descartá-lo. Normalmente, o primeiro exame realizado é feito pelo oftalmologista no próprio consultório, chamado de exame de fundo de olho. Também podem ser realizados exames de imagens por meio da ultrassonografia do globo ocular, tomografia e ressonância magnética.
Assim, durante a consulta, o oftalmologista também poderá encaminhar o paciente para realizar outros exames fora da clínica como a tomografia de crânio (encéfalo), tomografia das órbitas oculares, ressonância magnética das órbitas, entre outros.
Vale lembrar que o diagnóstico precoce é a melhor forma de garantir o sucesso no tratamento. Portanto, assim que notar qualquer fator incomum nos olhos da criança, principalmente reflexo branco na pupila, procure um oftalmologista. Assim, esse especialista poderá confirmar ou descartar a doença e prosseguir com o tratamento adequado.
O teste do olhinho, feito ainda na maternidade, também serve para diagnosticar o retinoblastoma, além de outras anormalidades nos olhos da criança. Por isso, não deixe de fazer.
Confirmado o diagnóstico, ocorre um processo chamado de estadiamento. O estadiamento do retinoblastoma é realizado com o objetivo de determinar a localização exata do tumor, além de descobrir a extensão do mesmo. Em outras palavras, é um processo que serve para descobrir o avanço da doença no organismo do paciente.
Com base nessa informação são elencados os melhores tratamentos e discutidas as chances de cura e tratamento.
Em casos nos quais o tumor é intraocular (está apenas dentro do olho), em cerca de 90% dos casos os pacientes podem ser curados. Entretanto, quando há metástase (significa que o câncer se espalhou), o tratamento é mais difícil.
No caso dos pacientes portadores de retinoblastoma hereditário, há a possibilidade de uma 2ª neoplasia. Nestes casos, em 50% dos pacientes, elas se originam nas áreas irradiadas. Além disso, esses novos tumores não necessariamente são retinoblastomas, mas podem incluir sarcomas e melanomas.
Destes, em torno de 70% dos casos, a neoplastia se desenvolve 30 anos depois do primeiro retinoblastoma. Os dados são do MD Manuals.
A boa notícia é que sim, o retinoblastoma tem cura. Em 90% dos casos, quando há o diagnóstico precoce, é possível não apenas salvar a vida da criança como também preservar a saúde dos olhos e garantir que não haverá sequelas para a visão. Os tratamentos também ajudam a prevenir a neoplasia, ou seja, o surgimento de novas células cancerígenas.
Com o avanço da oftalmologia, cada vez mais temos tratamentos efetivos contra o retinoblastoma. Além disso, há uma série de tratamentos diferentes, que são recomendados dependendo do tipo de tumor, tamanho ou se a criança possui outros problemas de saúde.
O tempo do tratamento varia de acordo com o tamanho do tumor, se é apenas intraocular, se há metástase e outros fatores. No caso de tumores menores, quando há o diagnóstico precoce, apenas uma ou algumas sessões de laserterapia ou crioterapia são o suficiente.
Através da laserterapia ou crioterapia, uma ou algumas sessões já são suficientes para remover os tumores menores, especialmente quando há o diagnóstico precoce. Já nos casos em que há a quimioterapia sistêmica, o tratamento tem duração de cerca de 6 meses, onde, nesse tempo, temos o objetivo de reduzir o tumor e, em seguida, aplicar a laserterapia ou crioterapia.
Em alguns casos, o médico pode recomendar a radioterapia, que tem a mesma duração da quimioterapia. Caso o tumor não diminua, é aplicado mais um ciclo de 6 meses de quimioterapia ou radioterapia.
Os casos de cegueira são raros, mas dependendo do tamanho do tumor e se o diagnóstico não foi realizado de maneira precoce, o retinoblastoma pode sim causar a cegueira. Com o crescimento do tumor, ele compromete a retina e partes mais sensíveis do globo ocular como a mácula. Nestes casos, a cegueira pode ser irreversível.
Em outros casos, quando o tumor já compromete a visão e não há chance de realizar outro tratamento, os médicos podem optar pela cirurgia para retirada do olho e colocação de um implante orbital. Nestes casos, pode haver perda total da visão.
Quando o diagnóstico é feito no início da doença, o tratamento é muito simples e não deixa sequelas. Entretanto, nos casos nos quais não há tratamento ou ele é iniciado muito tarde, o tumor pode causar perda parcial ou total da visão, enucleação (retirada do globo) e até mesmo levar à morte da criança.
O procedimento é realizado com internação no hospital e com anestesia geral. Além da remoção do globo ocular, o procedimento também conta com um implante orbital feito de silicone ou hidroxiapatita. A cirurgia dura em torno de uma hora ou menos e a criança tem alta do hospital no mesmo dia.
Vale lembrar que esse tratamento é menos comum, já que quando o diagnóstico é precoce, a laserterapia e a crioterapia têm bastante sucesso. Ou seja, a cirurgia não é administrada em casos de tumores pequenos e diagnosticados em seu início. Entretanto, caso o tumor for muito grande e houver um sério comprometimento da visão, a cirurgia é recomendada para a remoção do globo e também do nervo óptico.
O procedimento é realizado com internação no hospital e com anestesia geral. Além da remoção, o procedimento também conta com um implante orbital feito de silicone ou hidroxiapatita. Essa substância é bastante semelhante ao tecido ósseo humano e é posicionada na cavidade ocular. Assim, o implante é ligado aos músculos responsáveis por mover o olho, de maneira a se movimentar assim como o olho natural.
Neste caso, não há perdas estéticas, já que semanas depois o oftalmologista especializado em próteses oculares providencia um olho artificial com funcionamento pleno.
Assim, o olho artificial se encaixa adequadamente na cavidade ocular, para que possa se mover como um olho natural. O implante é posicionado abaixo das pálpebras, como uma lente de contato e é elaborado especialmente para o paciente, com as mesmas características de cor e tamanho do outro olho.
Porém, neste caso, o paciente tem perda total da visão do olho enucleado. É por esse motivo que esse tratamento é realizado apenas em último caso, quando há um sério comprometimento da visão e não há nenhuma esperança de recuperá-la. Se há retinoblastoma nos dois olhos, o médico sempre tentará salvar um dos dois olhos antes de optar pela cirurgia de remoção total.
A cirurgia para retirada de tumor no olho custa entre R$20 mil e R$ 30 mil. Em casos nos quais o paciente precise usar a UTI, a diária custa em torno de R$ 2.500,00 a R$ 3.000,00. Já o valor da prótese ocular está em torno de R$ 850,00, mas pode variar de acordo com a cidade e profissional que realizará o procedimento.
Além disso, há alguns gastos extras com os medicamentos de uso oral ou colírios necessários durante a recuperação.
O retinoblastoma é um tumor maligno bastante raro, mas pode ter consequências graves como a cegueira e levar à morte. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos aos pequenos sinais de alteração nos olhos das crianças, para que possam identificar a doença logo no seu início, potencializando as chances de tratamento e cura.
É recomendável, especialmente em casos que há predisposição genética, realizar o acompanhamento constante com o oftalmologista periodicamente. Dessa forma, diagnosticamos o retinoblastoma e prosseguimos com o tratamento da maneira menos invasiva possível.
A Americas Oftalmocenter é a clínica oftalmológica mais completa do Rio de Janeiro. Contamos com dezenas de profissionais especializados em oftalmologia infantil e em cirurgias oftalmológicas. Contamos com estrutura completa para diagnosticar e tratar o retinoblastoma e outras doenças oftalmológicas que atingem as crianças em seus primeiros anos de vida.
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