Ambliopia, também conhecida como “olho preguiçoso”, é a condição em que o olho apresenta baixa acuidade visual, mesmo que esteja fazendo uso de óculos ou lentes de contato. Ela ocorre devido a uma falha na comunicação entre o olho e o cérebro, prejudicando o processamento da imagem formada pelo olho.
A perda de visão, que pode acontecer em um dos olhos ou em ambos os olhos, pode chegar ao ponto de ser total e permanente, caso a condição não seja diagnosticada e tratada já na primeira infância. A ambliopia infantil costuma se desenvolver antes dos dois anos de idade, e afeta aproximadamente entre 2 e 3% das crianças no mundo, sendo que oito anos é a idade limite para a pessoa se tornar amblíope.
Na maior parte dos casos, a ambliopia pode ser prevenida e, sendo diagnosticada de forma precoce, ela pode inclusive sofrer uma reversão. Na Classificação Internacional das Doenças, seu código é CID 10 H53.
A ambliopia geralmente é causada por um impedimento ou uma falha na comunicação entre o olho e o cérebro. A imagem formada no olho não é lida de maneira correta pelo cérebro ou é de tão baixa qualidade que o cérebro a ignora.
Quando a criança nasce, suas vias visuais não estão completamente desenvolvidas. Para se desenvolverem, o sistema visual e o cérebro necessitam de estímulos que são as imagens focalizadas, precisas, claras, alinhadas e sobrepostas formadas por ambos os olhos.
Se o cérebro não receber a estimulação visual adequada de um dos olhos durante esse período, ele aprende a ignorar a imagem desse olho, e é essa a causa da perda de visão.
Essa perda da visão pode ser permanente caso a supressão de uma das imagens durar por muito tempo – e é essa condição em que há perda total da imagem de um dos olhos que chama-se ambliopia.
Vale lembrar que a ambliopia em crianças é diferente da ambliopia em adultos, pois elas podem ou não apresentar algum ou alguns dos sintomas acima relacionados. Caso tenham um dos olhos com problemas e outro enxergando bem, as crianças compensam isso bem, a tal ponto que parecem não ter nada diferente dos seus colegas.
Elas também podem não notar que a visão em um dos dois olhos é diferente da visão no outro ou podem ser jovens demais a ponto de não conseguirem descrever os sintomas. E, por fim, elas podem agir como se contornassem o problema cobrindo um olho ou apertando os olhos, e assim talvez não expressem dificuldades relacionadas à ambliopia.
Para avaliar a possibilidade de ambliopia, o médico oftalmologista realiza um exame de acuidade visual, que mede a nitidez com que uma pessoa consegue enxergar, analisando sua capacidade para distinguir cores, contornos e formas das coisas, assim como o campo de visão. Se há histórico de problemas oculares na família, precisa ser informado para o médico.
O exame de ambliopia em adultos e adolescentes é facilmente realizável, mas crianças menores podem não colaborar, portanto o médico buscará nelas os sintomas clássicos por meio, por exemplo, de como um olho reage à oclusão do outro, pela observação de distúrbios morfológicos ou alguma alteração pupilar. Em casos de estrabismo, por exemplo, já é possível inferir que há algo errado se a criança fixar os objetos somente com uma das vistas.
É preciso estar atento desde cedo para seus sinais, pois a ambliopia pode desenvolver-se na criança desde o nascimento. Por isso, a triagem da visão deve ser feita logo após o nascimento e exames devem ser repetidos durante toda a infância, fase em que há maior plasticidade cerebral, e por isso, extremamente importante para a maior eficácia de um possível tratamento de ambliopia.
Para fechar um diagnóstico da ambliopia da forma ainda mais precisa e segura, é necessário detectar as alterações oculares que podem ter provocado o aparecimento da doença. O rastreio da causa deve ser realizado desde o momento do nascimento e mantido durante a vida toda.
Não há exatamente cura, porém, mais precisamente, existe possibilidade de reversão da baixa acuidade visual. O tratamento de ambliopia costuma ser bem-sucedido na maioria dos casos.
Mas para ser bem-sucedido, é necessário que o diagnóstico seja feito o quanto antes, para que não aconteça um tratamento tardio da ambliopia. Quanto mais cedo a doença e seus fatores de risco forem detectados, mais provável será que a ambliopia seja prevenida ou corrigida.
O diagnóstico precoce, associado ao seu tratamento, aumenta a probabilidade de recuperação total da visão. Em alguns casos de crianças mais velhas e adolescentes com ambliopia, uma considerável melhoria da visão pode ser alcançada por meio do tratamento.
Caso não seja diagnosticada e tratada no início da infância, a ambliopia pode piorar e resultar em perda permanente da visão, pois, quando a pessoa tem mais idade, o seu sistema visual já amadureceu. A ambliopia não tratada de maneira eficaz pode resultar em prejuízos permanentes à visão no olho afetado.
O tratamento de ambliopia apresenta 2 etapas principais. Na primeira, será avaliada a causa e o procedimento: uso de óculos (para erro refrativo) ou cirurgia corretora (se a causa é catarata congênita). A segunda etapa acontece quando a criança passa a usar mais o olho mais fraco.
A exceção é o estrabismo, que será corrigido somente no fim do tratamento (nesse caso, a vantagem é que uma etapa já poderá ser o suficiente para gerar estímulo ao cérebro de maneira que este comece a processar a imagem da forma adequada).
Assim, primeiro deve-se reconhecer a causa. Feito o primeiro tratamento, ou seja, após a correção de qualquer erro refrativo ou a remoção de catarata, dá-se início à terapia com oclusão, quando os médicos forçam a criança a usar o olho mais fraco colocando um tampão sobre o olho melhor ou usando colírios para turvar a visão do olho melhor.
O tampão ou o uso do colírio no olho de melhor vista permite que o olho mais fraco fique mais forte. E no caso de a ambliopia for de causa estrábica, é necessário que os médicos primeiro equalizem a visão com tampões oclusivos ou colírios antes recorrerem à cirurgia para corrigir o problema.
Não. Depois dos 20 anos de idade, o cérebro já passou por sua maior fase de plasticidade, e assim a doença não pode ser revertida, embora seja possível uma considerável melhoria da visão – o que acontece com adolescentes, por exemplo.
Sim. Pessoas que enxergam com um olho ainda apresentam acuidade visual para dirigir. A lei permite que pessoas com visão monocular conduzam veículos das categorias “A” e “B”, vetando, portanto, que atuem profissional e comercialmente como motoristas, e vetando a condução de ônibus, caminhões e carretas.
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