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Olho Seco

A síndrome do olho seco é uma condição oftalmológica caracterizada pela disfunção do filme lacrimal, que é essencial para a lubrificação, limpeza e proteção dos olhos. O filme lacrimal é composto por três camadas principais: a camada aquosa, a camada de mucina e a camada lipídica.

A camada aquosa é responsável por lavar, nutrir e proteger a superfície ocular. A camada de mucina tem a função de fixar o filme lacrimal na superfície do olho, enquanto a camada lipídica atua na estabilização da lágrima, reduzindo sua evaporação.

Em 2017, o Grupo Mundial de Estudos em Olho Seco publicou o relatório TFOS DEWS II, que redefiniu o olho seco como uma doença multifatorial da superfície ocular. Segundo esse relatório, o olho seco é caracterizado pela perda da homeostase do filme lacrimal e acompanhado por sintomas oculares. Instabilidade e hiperosmolaridade do filme lacrimal, inflamação e dano da superfície ocular, além de anormalidades neurossensoriais, são fatores etiológicos importantes na síndrome do olho seco.

Qualquer alteração em um dos componentes do filme lacrimal pode desencadear a síndrome do olho seco. Isso inclui deficiências na produção de lágrimas, problemas na composição ou distribuição das camadas do filme lacrimal, ou condições que aumentam a evaporação das lágrimas, como a disfunção da camada lipídica.

A síndrome do olho seco é clinicamente dividida em dois subtipos principais, cada um com características distintas:

Olho Seco por Deficiência Aquosa do Filme Lacrimal:

Este subtipo é caracterizado pela diminuição da produção de lágrimas pelas glândulas lacrimais.

Como resultado, há uma insuficiente quantidade de componente aquoso no filme lacrimal, levando à falta de lubrificação e proteção adequadas para a superfície ocular.

Cerca de 10% dos pacientes com síndrome do olho seco apresentam exclusivamente este distúrbio, onde a principal questão está na insuficiência na produção de lágrimas.

Olho Seco Evaporativo:

Neste subtipo, há uma maior evaporação do filme lacrimal, resultando em instabilidade e comprometimento da função do filme lacrimal.

Geralmente é causado por disfunção das glândulas de Meibomius, responsáveis pela produção da camada lipídica do filme lacrimal.

Estima-se que mais de 80% dos casos de síndrome do olho seco estejam relacionados a distúrbios evaporativos.

A disfunção das glândulas de Meibomius leva à produção insuficiente ou de má qualidade do componente lipídico do filme lacrimal, levando a uma rápida evaporação das lágrimas e consequente comprometimento da lubrificação e proteção da superfície ocular.

Essas classificações são fundamentais para o diagnóstico e tratamento adequados da síndrome do olho seco, uma vez que cada subtipo pode requerer abordagens terapêuticas específicas para lidar com suas causas subjacentes.

Prevalência da Doença na População

É evidente que a síndrome do olho seco é um problema significativo de saúde ocular tanto nos Estados Unidos quanto globalmente. Com mais de 30 milhões de pessoas afetadas nos Estados Unidos e pelo menos 344 milhões em todo o mundo, a síndrome do olho seco é uma das condições oculares mais comuns e uma das principais razões para visitas aos oftalmologistas.

A ampla variação na prevalência da síndrome do olho seco na população, com ou sem sintomas, destaca a complexidade e a diversidade da condição. Com uma faixa de prevalência estimada entre 5% e 50%, fica claro que a síndrome do olho seco pode afetar uma parcela significativa da população, embora a gravidade dos sintomas e a frequência das visitas médicas possam variar.

Essa alta incidência destaca a importância da conscientização sobre a síndrome do olho seco e da necessidade de diagnóstico precoce e tratamento eficaz para ajudar a minimizar o impacto dessa condição na qualidade de vida dos pacientes. Além disso, enfatiza a importância de pesquisas contínuas para desenvolver abordagens terapêuticas mais eficazes para o manejo da síndrome do olho seco.

Os sintomas da síndrome do olho seco podem variar de leves a graves e podem incluir:

  • Sensação de ressecamento nos olhos.
  • Sensação de areia ou corpo estranho nos olhos.
  • Irritação ocular.
  • Vermelhidão nos olhos.
  • Ardor ou queimação nos olhos.
  • Sensibilidade à luz (fotofobia).
  • Visão embaçada, especialmente durante atividades que exigem foco visual prolongado, como ler ou usar um computador.
  • Sensação de peso nas pálpebras.
  • Olhos lacrimejantes, que é uma resposta reflexa ao ressecamento.
  • Desconforto ao usar lentes de contato..

Esses sintomas podem variar em intensidade e frequência de uma pessoa para outra. Além disso, os sintomas podem piorar em ambientes com ar-condicionado, vento, baixa umidade ou exposição a fumaça ou poluentes no ar. É importante consultar um dos nossos oftalmologistas especialistas se você estiver experimentando sintomas de olho seco, pois o tratamento adequado pode ajudar a aliviar o desconforto e melhorar sua saúde ocular. 

Para diagnosticar o olho seco utilizando o equipamento Tear Check e com base nas informações fornecidas, o médico pode seguir os seguintes passos:

  • Anamnese: O médico conduzirá uma anamnese detalhada, direcionada aos sintomas relacionados ao olho seco, fatores de risco e histórico médico do paciente. Isso pode ser feito por meio de questionários validados para triagem.
  • Tempo de Ruptura da Lágrima (BUT): O Tear Check pode ser usado para medir o tempo de ruptura da lágrima, conhecido como BUT, de forma não invasiva. Esse teste ajuda a avaliar a estabilidade do filme lacrimal, sendo uma parte importante do diagnóstico do olho seco.
  • Análise da superfície ocular com coloração por fluoresceína e/ou lissamina verde: O equipamento Tear Check pode ser usado para realizar a coloração da superfície ocular com corantes como fluoresceína ou lissamina verde, permitindo a visualização de áreas danificadas ou comprometidas da córnea, conjuntiva e margem palpebral.
  • Teste de Schirmer: Embora não seja mencionado diretamente no texto, o teste de Schirmer é comumente usado para avaliar a produção de lágrimas. Pode ser realizado para complementar o diagnóstico do olho seco, especialmente para detectar deficiência aquosa do filme lacrimal.

Após a coleta dessas informações, o médico pode analisar os resultados dos testes diagnósticos, incluindo o tempo de ruptura da lágrima, a coloração da superfície ocular e outros marcadores da homeostase da lágrima, como a osmolaridade. A interpretação desses resultados seguindo a ordem especificada no texto pode ajudar a confirmar o diagnóstico de olho seco e a determinar o melhor plano de tratamento para o paciente.

Uma das mais modernas abordagens para tratar essa condição é o uso do E-EYE (IRPL - Intense Regulated Pulsed Light), um dispositivo de luz pulsada regulada de alta intensidade especificamente projetado para tratar a Síndrome do Olho Seco associada à Disfunção das Glândulas de Meibômio. Este tipo de olho seco é caracterizado por uma produção reduzida de lipídeos, resultando em um filme lacrimal com alta osmolaridade.

O E-EYE atua emitindo um feixe de "luz fria" que tem como objetivo estimular e desobstruir as Glândulas de Meibômio de forma suave e confortável, sem causar desconforto significativo ao paciente. Este estímulo auxilia no retorno das glândulas a seu funcionamento normal, permitindo que elas liberem os lipídeos e proteínas necessários para manter a estabilidade do filme lacrimal, prevenindo sua rápida evaporação.

Além de ser um tratamento eficaz, o E-EYE oferece a vantagem de ser minimamente invasivo, o que significa que não requer procedimentos cirúrgicos ou a introdução de substâncias estranhas ao corpo. Essa abordagem segura e confortável torna o E-EYE uma opção atraente para aqueles que sofrem com a Síndrome do Olho Seco causada pela Disfunção das Glândulas de Meibômio.

Em resumo, o E-EYE representa um avanço significativo no tratamento da Síndrome do Olho Seco, proporcionando aos pacientes uma solução moderna, eficaz e confortável para aliviar os sintomas e melhorar a saúde ocular.

A avaliação lacrimal pode ser feita de várias maneiras para determinar a causa e a gravidade da síndrome do olho seco. Algumas das principais técnicas de avaliação incluem:

  • Anamnese: O médico realizará uma entrevista detalhada com o paciente para entender os sintomas relatados, a duração e a gravidade dos sintomas, fatores desencadeantes, histórico médico e uso de medicamentos.
  • Teste de Schirmer: Este teste mede a quantidade de lágrimas produzidas pelos olhos ao longo de um determinado período de tempo. Geralmente é realizado colocando-se uma tira de papel de filtro na pálpebra inferior e medindo a quantidade de umidade que é absorvida pela tira após um período específico.
  • Tempo de Ruptura do Filme Lacrimal (BUT): Este teste avalia a estabilidade do filme lacrimal, ou seja, por quanto tempo o filme lacrimal permanece intacto antes de se romper. Pode ser realizado adicionando-se uma pequena quantidade de corante na superfície do olho e observando quanto tempo leva para aparecerem manchas secas no filme lacrimal.
  • Teste de Osmolaridade Lacrimal: Este teste mede a osmolaridade das lágrimas, que é a concentração de partículas na lágrima. A alta osmolaridade está associada ao olho seco.
  • Avaliação da Superfície Ocular com Corantes Vitais: Corantes como a fluoresceína e a lissamina verde são utilizados para colorir a superfície ocular, permitindo a visualização de áreas danificadas ou comprometidas da córnea, conjuntiva e margem palpebral.
  • Avaliação da Estrutura e Funcionamento das Glândulas de Meibômio: Isso pode ser feito clinicamente, com a observação da secreção das glândulas de Meibômio e sua expressão manual, ou com tecnologias avançadas, como a imagem de glândulas de Meibômio com equipamentos de alta resolução.

Esses são alguns dos métodos comuns usados na avaliação lacrimal. O oftalmologista pode optar por realizar um ou mais desses testes, dependendo da situação clínica do paciente e da gravidade dos sintomas.

Sim, existem abordagens cirúrgicas para o tratamento de olho seco, especialmente quando outras medidas conservadoras não são eficazes ou quando há uma causa estrutural subjacente que pode ser corrigida cirurgicamente. Alguns dos procedimentos cirúrgicos comuns para o tratamento do olho seco incluem:

  • Plugues Lacrimais (Punctal Plugs): Este é um procedimento minimamente invasivo no qual pequenos dispositivos são inseridos nos pontos lacrimais para obstruir parcial ou totalmente o dreno das lágrimas. Isso ajuda a reter mais lágrimas na superfície ocular, proporcionando alívio dos sintomas de olho seco.
  • Cauterização dos Pontos Lacrimais: Neste procedimento, os pontos lacrimais são selados permanentemente usando calor ou um agente químico. Isso reduz a drenagem excessiva das lágrimas e aumenta a umidade na superfície ocular.
  • Terapia com Laser para Fechamento dos Pontos Lacrimais: Este procedimento envolve o uso de laser para fechar os pontos lacrimais de forma precisa e controlada. Pode ser uma opção para pacientes que não respondem bem a outras abordagens ou que desejam uma solução permanente para o problema de olho seco.
  • Transplante de Glândulas de Meibômio: Em casos graves de disfunção das glândulas de Meibômio, pode ser considerado o transplante de glândulas de Meibômio de uma área doadora para a pálpebra afetada. Isso pode ajudar a restaurar a produção de lipídeos necessária para manter a estabilidade do filme lacrimal.
  • Procedimentos de Reconstrução da Superfície Ocular: Em casos de danos graves à superfície ocular devido ao olho seco crônico, podem ser necessários procedimentos de reconstrução, como transplante de membrana amniótica ou enxerto de tecido conjuntival, para promover a cicatrização e a regeneração da córnea e conjuntiva.

É importante ressaltar que a decisão de realizar um procedimento cirúrgico para o tratamento do olho seco deve ser cuidadosamente avaliada pelo oftalmologista, levando em consideração a gravidade dos sintomas, a causa subjacente do olho seco e a resposta a outras formas de tratamento.

Vários fatores de risco podem aumentar a incidência da síndrome do olho seco. Alguns dos mais comuns incluem:

  • Idade avançada: A produção de lágrimas tende a diminuir com a idade, tornando os idosos mais suscetíveis ao olho seco.
  • Sexo: As mulheres têm uma maior prevalência de síndrome do olho seco do que os homens, devido a flutuações hormonais, especialmente durante a gravidez, menopausa e uso de contraceptivos hormonais.
  • Uso prolongado de dispositivos eletrônicos: O uso prolongado de dispositivos eletrônicos, como computadores, smartphones e tablets, pode levar a uma diminuição do piscar, o que pode resultar em uma evaporação mais rápida das lágrimas e contribuir para o desenvolvimento do olho seco.
  • Ambientes com ar-condicionado ou aquecimento central: Ambientes com ar condicionado ou aquecimento central podem reduzir a umidade do ar, levando à evaporação mais rápida das lágrimas e ao ressecamento dos olhos.
  • Exposição a fumaça, poeira e poluentes atmosféricos: A exposição a fumaça, poeira e outros poluentes no ar pode irritar os olhos e desencadear sintomas de olho seco.
  • Condições médicas subjacentes: Algumas condições médicas, como artrite reumatoide, lúpus e distúrbios da tireoide, estão associadas a um maior risco de desenvolvimento de olho seco.
  • Uso de medicamentos: Alguns medicamentos, como anticoncepcionais orais, antidepressivos, anti-histamínicos, medicamentos para pressão arterial e medicamentos para alergias, podem causar olho seco como efeito colateral.

Certamente! Aqui estão algumas dicas importantes que podem ajudar na prevenção da síndrome do olho seco: 

  • Pisque regularmente: Lembrar-se de piscar regularmente ao usar dispositivos eletrônicos ou durante atividades que exigem foco visual prolongado pode ajudar a manter a umidade na superfície ocular e evitar o ressecamento.
  • Faça pausas durante o uso de telas: Ao trabalhar em computadores, smartphones ou tablets por longos períodos, faça pausas regulares para descansar os olhos e piscar mais frequentemente.
  • Mantenha-se hidratado: Beber bastante água ao longo do dia pode ajudar a manter a hidratação do corpo, incluindo a produção de lágrimas.
  • Use umidificadores: Em ambientes com ar condicionado ou aquecimento central, o uso de umidificadores pode ajudar a aumentar a umidade do ar e reduzir a evaporação das lágrimas.
  • Evite ambientes com ar seco e poeirento: Se possível, evite ambientes com ar seco, poeira ou poluentes atmosféricos, que podem irritar os olhos e contribuir para o desenvolvimento do olho seco.
  • Proteja os olhos ao ar livre: Ao passar tempo ao ar livre em condições ventosas ou ensolaradas, use óculos de sol e óculos de proteção para ajudar a proteger os olhos do vento, poeira e raios UV.
  • Siga uma dieta saudável rica em ômega-3: Alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3, como peixes gordurosos, nozes e sementes, podem ajudar a promover a produção de lágrimas de alta qualidade.
  • Evite o fumo: O fumo do cigarro pode irritar os olhos e aumentar a evaporação das lágrimas, portanto, evite fumar e evite a exposição ao fumo passivo sempre que possível.

Seguir essas dicas pode ajudar a manter os olhos saudáveis e prevenir o desenvolvimento da síndrome do olho seco. Se você experimentar sintomas persistentes de olho seco, é importante vir na Americas Oftalmocenter para diagnosticar e tratar a doença, que tanto atrapalha a qualidade de vida da população!

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