O nascimento prematuro torna a criança mais suscetível a desenvolver uma série de doenças. A retinopatia da prematuridade é uma delas e, inclusive, é uma das principais causas de cegueira infantil. A seguir, confira mais informações a respeito dessa condição.
A retinopatia da prematuridade é uma fisiopatologia (CID 10 H35.1) que se desenvolve na retina de bebês recém-nascidos prematuros. Ocorre quando a constituição dos vasos sanguíneos oculares não se dá de maneira completa, dificultando ou impedindo que as imagens se formem na retina.
A retina é uma camada de tecido sensível à luz que fica localizada no fundo do olho. Ela é formada pelas células capazes de captar ondas luminosas, decodificá-las e enviar para o cérebro, para que sejam convertidas nas imagens que vemos.
A retinopatia da prematuridade é causada por um desenvolvimento anormal dos vasos sanguíneos na retina de bebês prematuros, sendo a exposição a níveis elevados de oxigênio um fator de risco importante.
Ocorre que a vascularização da retina só é concluída nas últimas semanas de gestação. Assim, quando o bebê nasce prematuramente, existe um risco de os vasos sanguíneos não estarem totalmente formados, já que o seu processo de desenvolvimento é interrompido mais cedo.
Para tentar “compensar", a região da retina que não estiver devidamente vascularizada pode produzir uma substância chamada de VEGF, com o intuito de estimular a formação de novos vasos sanguíneos.
Porém, a fragilidade desses novos vasos pode causar comprometimento, inclusive, o descolamento da retina. Essa é a principal complicação da retinopatia da prematuridade.
Esse é um ponto importante: a retinopatia da prematuridade é uma doença que, em geral, não apresenta sintomas. É comum que os pais não consigam perceber que existe algo errado com a visão do bebê sem que ele tenha passado pelo exame adequado, principalmente nos estágios iniciais.
Conforme a doença avança, ela se torna mais grave e pode trazer indícios como:
Porém, mesmo a presença desses sintomas dificilmente é detectada sem exames específicos.
A principal forma de diagnosticar essa doença é com o exame de fundo de olho. Para realizá-lo, o oftalmologista aplica um colírio a fim de dilatar a pupila do bebê e, a partir disso, consegue visualizar com mais precisão as estruturas do olho, incluindo a retina.
Ao analisar a retina, o especialista consegue detectar a doença e em qual nível ela se encontra:
Boa parte dos casos são descobertos ainda nos primeiros estágios. Porém, existem situações em que o avanço da doença acontece de forma muito rápida.
É essencial que bebês prematuros ou com outros fatores de risco sejam encaminhados para o exame de fundo de olho o mais rápido possível.
Além do nascimento prematuro em si, o baixo peso ao nascer é outro fator de risco que aumenta as chances de desenvolvimento da doença. Outros fatores de risco possíveis:
A retinopatia da prematuridade (ROP) pode ser tratada com sucesso em muitos casos, mas nem sempre há cura completa. Isso depende de inúmeras variáveis, principalmente do momento em que a doença é diagnosticada.
Se essa detecção acontece logo nos primeiros estágios, é muito possível evitar que a criança tenha comprometimento da visão.
Portanto, o precoce é essencial.
O tratamento para retinopatia da prematuridade precisa ser indicado mediante avaliação individual de cada caso. Os protocolos de intervenção mais adotados são:
A prevenção inclui o acompanhamento gestacional para evitar o parto prematuro, exame de mapeamento da retina do bebê logo na quarta semana de vida e também a avaliação oftalmológica do recém-nascido que nasce prematuro ou com algum fator de risco.
No caso da cirurgia, o bebê fica internado por pelo menos um dia, para se recuperar totalmente da anestesia geral. E independentemente do protocolo de tratamento, será importante manter as consultas oftalmológicas de rotina, de acordo com a frequência estipulada pelo especialista.
VEGF é a sigla para vascular endothelial growth fator, ou fator de crescimento endotelial vascular. Ele é responsável por desencadear a angiogenese, ou seja, processo de crescimento de novos vasos sanguíneos a partir de vasos já existentes.
Sim, elas se tornam mais suscetíveis ao desenvolvimento de outras doenças ao longo da vida, como estrabismo, miopia, ambliopia e glaucoma.
E mesmo para crianças que não são mais recém-nascidas, o acompanhamento oftalmológico é a melhor maneira de diagnosticar precocemente qualquer doença e tratá-la com mais eficiência e resultados promissores.
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